sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Sexo, dinheiro e poder podem ter influenciado na renúncia do Papa
O conteúdo do relatório sobre o escândalo conhecido como Vatileaks,
entregue ao Papa Bento XVI em dezembro passado, teria sido devastador, a
ponto de levar à renúncia do Pontífice, segundo o “La Repubblica”. De
acordo com o jornal italiano, ao abandonar o cargo, o Papa pretendia
possibilitar a entrada de um líder mais jovem e forte para fazer uma
limpeza no Vaticano.
O dossiê de 300 páginas, contendo a investigação completa sobre o
vazamento de documentos secretos da Santa Sé, revelaria disputas de
poder, relações homossexuais e mau uso de dinheiro.
“La Repubblica” afirma que Bento XVI teria decidido neste dia que
deveria se demitir. “O dossiê será entregue ao próximo Papa, que deverá
ser mais forte, jovem e santo para poder enfrentar o trabalho que
espera”, diz o jornal.
- Tudo gira em torno da observação do sexto e sétimo mandamento -
afirmou o jornal, citando uma pessoa muito próxima a um dos autores do
relatório. “Não pecar contra a castidade", proclama o sexto mandamento,
"Não furtar, não roubar e não levantar falso testemunho", diz o sétimo.
O jornal lembra que já em 2010 teria vindo à tona um escândalo que
mostrou a existência de seminaristas que se prostituíam, de um membro do
coro do Vaticano que atuava como cafetão. A história tinha como
protagonista Angelo Balducci, o presidente do Conselho Nacional Italiano
de Obras Públicas, que teve seu telefone interceptado por suspeita de
corrupção.
Durante a investigação, foi descoberto que Balducci conversava com
frequência com um membro do coro da Reverenda Capela Musical da
Sacrosanta Basílica Papal de São Pedro no Vaticano -um nigeriano chamado
Chinedu Thiomas Eheim - que oferecia serviços sexuais com jovens.
“Só te falo que tem dois metros de altura, pesa 97 quilos, tem 33 anos e
é completamente ativo”, disse o membro do coro vaticano a Balducci em
uma das conversas interceptadas.
Os encontros sexuais, segundo assegura “La Repubblica” citando a
investigação judicial, aconteceram em uma vila fora de Roma, em uma
sauna, em um centro estético, no próprio Vaticano e em uma residência
universitária que seria a casa de Marco Simeon em Roma, um jovem de 33
anos que acumulou um enorme poder à sombra da cúpula de São Pedro.
O jornal “La Repubblica” fala da possível existência de um “lobby gay”
dentro do Vaticano, “uma rede transversal unida pela orientação sexual”.
Segundo a publicação, pela primeira vez a palavra homossexualidade foi
pronunciada, lida em voz alta no apartamento do Papa. E pela primeira
vez se falou, ainda que em latim, da palavra “influentiam” (chantagem),
lembra a reportagem, fazendo referência às conclusões finais do
documento exposto ao Papa.
Fonte: O Globo
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