terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Indígenas ocupam a sede da Funasa em Marabá, no sudeste do Pará

Grupo ocupa desde a semana passada a Casa.Eles reclamam do descaso com a saúde e estrutura das aldeias.


Foto reprodução.

Um grupo de indígenas invadiu a sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Marabá, no sudeste do Pará, durante o último final de semana. O grupo é o mesmo que ocupa o prédio da Casa de Apoio a Saúde Indígena (Casai) desde a semana passada. Eles ocuparam os prédios como forma de protesto pela melhoria na estrutura das aldeias.
Na aldeia dos índios que realizam a manifestação vivem 115 pessoas e a falta de estrutura é um problema. As casas são feitas de palha ou cobertas com lona, a água usada para beber é de cisterna sem tratamento e para tomar banho e lavar roupa os índios utilizam as águas barrentas de um lago. A energia elétrica é fornecida por um pequeno gerador que é usado apenas durante a noite.
Segundo o cacique Pana Kyiamreti, a falta de um posto de saúde tem dificultado o tratamento dos doentes da aldeia. “Nós não temos posto, não temos onde guardar nossos remédios. Precisamos ter uma saúde de qualidade igual os outros tem”, afirma.Os medicamentos ficam armazenados no armário da casa da indígena Ropkwyi Luxmare. Ela reclama que não é seguro armazenar os remédios desta forma. “Pode vir qualquer criança e mexer sem saber o que é. Nós temos que ficar aqui olhando toda hora. É muito preocupante”, diz.
A Casai de Marabá está ocupada desde a semana passada por índios de 8 etnias que pedem melhorias no local. Por mês, cerca de 70 indígenas se hospedam na casa, que tem apenas 4 quartos e uma cama. Devido a falta de espaço, redes ficam armadas na parte de fora da casa. No único banheiro para uso dos índios, a fiação elétrica está precária.
Na enfermaria da Casai, o lixo hospitalar está acumulado há meses e segundo o cacique João Guajará, isso acarreta risco a saúde de quem trabalha na casa. “É um risco para todos, inclusive para a enfermeira que tem que dormir junto com o lixo da enfermaria e toda a medicação”, denuncia.
A sede da casa funcionada ao lado do polo da Funasa, onde os indígenas reclamam que encontram a mesma situação de descaso e abandono. Nos fundos do prédio, móveis quebrados, documentos perdidos e muita água acumulada. Oito veículos estão quebrados, entre eles uma ambulância.
No último fim de semana, os índios souberam por funcionários da Funasa que 5 carros alugados não poderiam mais ser usados para transportá-los. A notícia revoltou os indígenas. Os índios quebram as portas da Funasa utilizando pedaços de madeira e retiraram os móveis do local.
As lideranças indígenas aguardam para esta segunda-feira (17) a chegada de representantes do Ministério da Saúde para conversar. O grupo ameaça queimar os carros que estão no pátio da Funasa caso os responsáveis pela negociação não cheguem. (G1)

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