Quadrilha lucrava até R$ 2 milhões em época de provas, disse delegado
A Polícia Federal prendeu 46 pessoas até o início da tarde desta
quarta-feira (12) em todo o país suspeitas de fraudar vestibulares de
faculdades de medicina em vários estados e no Distrito Federal. Uma das
sete quadrilhas envolvidas nas fraudes lucrava até R$ 2 milhões na época
das provas, de acordo com o delegado-chefe da operação, Leonardo
Damasceno.
As investigações da operação, batizada de Calouro, ocorreram durante um
ano e seis meses e identificaram fraudes em 53 provas de admissão para
cursos de medicina em 11 estados e no Distrito Federal, em unidades de
ensino privadas e em algumas estaduais.
O delegado informou que os candidatos pagavam até R$ 80 mil para
conseguir aprovação, obtida por meio do uso do uso de documentos falsos e
de cola eletrônica. Em cada prova, as quadrilhas atuavam para
beneficiar pelo menos 20 candidatos.
De acordo com Damasceno, as instituições afetadas pelas fraudes
colaboraram com a investigação da polícia e não agiam de forma conivente
com as quadrilhas. “As instituições foram pegas de surpresa, pois não
tinham dimensão de que eram o grande alvo dessas quadrilhas”, afirmou.
A PF informou que empresários, um médico, um engenheiro e um estudante
de medicina comandavam as quadrilhas e, em um ano e meio, mais de mil
candidatos teriam tentado se beneficiar do esquema. Seis líderes dessas
quadrilhas foram presos em Goiás e um em Minas Gerais.
Entre as instituições que tiveram o resultado das provas fraudado, estão
a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, a fluminense
Estácio de Sá e a PUC Betim, em Minas Gerais. Também estão na lista a
paulista Anhebi Morumbi e a Universidade Católica de Pelotas, no Rio
Grande do Sul.
Distrito Federal - O
delegado informou que, no Distrito Federal, pelos menos 60 estudantes
tentaram se beneficiar com o esquema em três vestibulares de medicina
das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central
(Faciplac) entre outubro de 2011 e novembro deste ano.
Dos 70 mandados de prisão emitidos pela Justiça nesta quarta, cinco
foram no DF, onde quatro pessoas haviam sido presas até o início da
tarde.
O delegado informou que, antes da operação, cinco quadrilhas já tinham
sofrido repressão da polícia por fraudes em vestibulares anteriores, mas
continuaram atuando porque os líderes não chegaram a ser condenados.
Entre 60 e 70 pessoas também já haviam sido presas, mas continuaram
atuando nos esquemas após a soltura, contou o delegado.
A operação ocorreu em Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Bahia, Rio Grande do
Sul, São Paulo, Espírito Santo,Santa Catarina, Minas Gerais,Rio de
Janeiro, Pará e Distrito Federal.
Fonte: G1
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