Multas aplicadas pelo Ibama chegam a R$ 2 milhões.
Grupo empresarial responsável pela área já estava sendo investigado.
Estrada foi aberta por madeireiros no meio da reserva Gurupi (Foto: Nelson Feitosa/Ibama)
Um grupo de empresas em Paragominas,
sudeste do Pará, foi alvo, nesta quinta-feira (4), de uma operação
conjunta da Polícia Federal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Duas madeireiras do grupo
foram embargadas por irregularidades na comercialização de madeira
nativa. As multas aplicadas pelo Ibama chegam a R$ 2 milhões.
De acordo com o Instituto, o grupo é formado por pelo menos 12 empresas
associadas, entre madeireiras, firmas de exportação e fábricas de MDF
processados a partir de madeira de reflorestamento. O Ibama informou
ainda, que as empresas são suspeitas de utilizar espécies nativas
exploradas ilegalmente em áreas protegidas para fabricar parte dos
produtos.
Durante a operação, a Polícia Federal também cumpriu 29 mandados de
busca e apreensão em Paragominas, Dom Eliseu, Tomé-Açu e Pacajá.
Documentos foram apreendidos e várias pessoas foram ouvidas, entre
funcionários, administradores e sócios das empresas.
Máquinas também foram apreendidas durante a operação (Foto: Nelson Feitosa/Ibama)
Fraudes
Em setembro de 2011, o Ibama flagrou uma exploração irregular de
madeira na reserva biológica Gurupi, na fronteira entre os estados do
Maranhão e Pará. À época, segundo o Ibama, os 8 presos pelo crime
ambiental afirmaram, em depoimento à Polícia Federal, que o grupo
empresarial de Paragominas seria o responsável pelo desmatamento.
O grupo, então, vem sendo monitorado desde 2011. Durante as
investigações, de acordo com o Ibama, foi comprovado que parte da
madeira retirada da reserva foi retirada ilegalmente através das
empresas do grupo, que utilizada um plano fraudulento de manejo
florestal.
Segundo a Polícia Federal, o esquema de fraudes gerou um faturamento de R$ 15 milhões para o conglomerado empresarial.
A expectativa do Ibama é que o inquérito policial seja concluído ainda
neste mês de abril, quando deverá ser enviado ao Ministério Público.(G1)
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